23 de nov. de 2008

O atoleiro do passado

Exato uma semana sem postar...não vou culpar a correria nem ao excesso de trabalho. A parcela deles não foi tão grande na semana. Sem maiores explicações pois o momento está na fase de desgaste e preguiça, segue um texto recebido em boa hora:

Tempos de definição são dificeis. Exigem de nós energia que por vezes não temos - não é todo dia que queremos lutar contra sentimentos díspares, complicados; que desejamos nos perguntar se realmente o amor acabou,se o que sobrou foi só carinho e preocupação ou seja se ainda existe um resquício mínimo que guarda em si a possibilidade do renascimento.

Não é todo dia que temos fôlego para questionar o que fizemos da nossa vida até aqui e qual o rumo que realmente queremos dar á ela. Cansa. Exaure.
Separar-se de alguém que se amou demais é experienciar uma cisão que muda toda uma maneira de ver o mundo: lá se vai a crença de um amor que resiste a tudo, e fica um gosto estranho de fracasso, como se as emoções e as pessoas pudessem ser avaliados em termos maniqueístas. Separar-se de alguém que se amou demais é antes de mais nada, triste. Mas tristezas , por mais profundas que sejam , passam. Desde que não alimentemos.
A forma mais comum de alimenta-las é insitir em um contato nocivo por nos trazer alento, um tanto duvidoso, mais alento: a voz conhecida, as palavras um dia tão queridas, o choro que sabemos como estancar, a risada que nos lembra dias mais ensolarados. [Nos sentimos mais acolhidos com a segurança do passado conhecido, com todos os seus problemas, do que o vislumbre do futuro]. Alimentá-las é achar que isso pode, em algum nível, fazer bem para algum dos dois.
É como manter vivo um paciente com falência cerebral na esperança de que um milagre o faça acordar sorrindo, inteiro.
Dói todos os dias em que isso não acontece. E dói mais ainda quando, finalmente, ele morre - mas, então, pelo menos , todos estão livres para seguir a vida.
A verdade é que, enquanto não decidimos se acabou ou não, se queremos de volta ou não [ com todas as idiossincrasias, neuroses e desgastes que nos fizeram partir] ou se ela faz parte do panteão do passado, nada anda.
Atolamos. Ninguém novo pode entrar, arejar os dias. Nem sozinhos ficamos bem.
Só o vulto constante da tristeza nos acompanha, mesmo nas horas mais alegres - ela sabe que, a qualquer momento, a guarda baixará e ela terá espaço suficiente para se instalar. Enquanto não deixamos o passado para trás, não há futuro.

por:Ailin Aleixo

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